Siga os comentários e esquemas explicativos para leitura do Texto de Clifford Geertz.
GEERTZ, Clifford. O saber local. Novos ensaios em antropologia interpretativa. (Trad. Vera Mello Joscelyne) 4ª ed. Petrópolis: Vozes, 1997. (Capítulo 8 – O saber local: fatos e leis em uma perspectiva comparativa. pp.249-356)
Primeiras aproximações e observações - Dicas para leitura de textos acadêmicos
1. Texto acadêmico. Como ler? 1. Dicionário ou técnicas para buscar significados
2. Fazendo uma crítica externa do texto: Quem escreveu? Quando escreveu? Quem é o autor?
3. Leitura com qualidade.
Esmiuçando o texto
Comentários sobre casos Americanos de jurisprudência.
Ambos representam o modelo americano de entender o Direito, isso porque existe diferenças marcantes entre o sistema inglês e o sistema continental europeu.
CIVIL LAW X COMMON LAW
Características \ Sistemas
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Civil Law
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Common Law
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Nomenclaturas
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Família Romano Germânica
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Família Anglo Saxônica
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Principal Fonte do Direito
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Lei
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Jurisprudência
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Principais países
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Itália, Alemanha, França, Espanha, Portugal, América Latina
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Inglaterra, EUA, Austrália e Ex-colônias inglesas
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Sentido de produção do direito
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Regra genérica ao caso concreto
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Caso concreto gera precedente a ser repetido
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Preponderância
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Legislador
(pouca margem de hermenêutica)
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Julgador
(ampla margem de hermenêutica)
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Nossa cultura tem origem no Direito Europeu continental (tradição romano-germânica).
Na mesmo parágrafo Geertz cita duas instituições etnográficas, ambas referidas ao texto de Marcel Mauss "Ensaio sobre a dádiva". Potlatch . Couvade.
O que você entendeu do ditado “A sabedoria vem de um monte de formigas”? Como essa idéia se relaciona com a idéia de que para conhecer uma cidade é preciso conhecer as suas ruas? Tal perspectiva pode ser aplicada no Direito?
A sabedoria vem de um monte de formigas: Conhecer o micro (casos) para conhecer o macro. (Total)
O que significa dizer que tanto o direito como a antropologia como a jardinagem são saberes locais?
“O que significa dizer que tanto o direito como a antropologia como a jardinagem são saberes locais?”
Jardinagem: Por que é um saber local?
(depende das plantas do local , depende do modo que se cuida, depende do trato com cada planta)
Direito: Por que é um saber local?
(depende da localidade? Depende do modo que se cuida dele? Depende das coisas pequenas?)
Antropologia?
Experiência próxima x experiência distante à Sejam quais forem as outras características que a antropologia e a jurisprudência possam ter em comum - como por exemplo uma linguagem erudita meio incompreensível e uma certa aura de fantasia - ambos se entregam à tarefa artesanal de descobrir princípios gerais em fatos paroquiais.
Parte do específico para o geral... mas ao mesmo tempo numa perspectiva compreensiva.
p. 250 Certamente a mais curiosa dessas curiosidades é o eterno debate sobre o conteúdo do direito; ou seja, se ele consiste de instituições ou regulamentos, de procedimentos ou de conceitos, de decisões ou de códigos, de processos ou de formas, e, portanto, se ele é uma categoria tal como o trabalho, que existe praticamente em qualquer parte do mundo onde nos deparemos com uma sociedade humana, ou algo assim como o contraponto, que certamente não é universal.
* O Direito é universal como o trabalho? Ou o Direito é um instituto cultural?
p. 251 colocou-se em campos opostos o enfoque forense e o enfoque etnográfico das análises jurídicas, o que nos leva a crer que a série de livros e artigos com títulos como "o direito sem advogados", "o direito sem sanções", "o direito sem os tribunais" ou "o direito sem precedentes" poderia ter, como conclusão apropriada, um cujo título fosse "o direito sem o direito".
EX. 01 - Os Nuer de Evans-Pritchard.
Direito sem direito à Não tem regras, juízes ou conceitos próximos ao direito ocidental.
Na década de 60 alguns juristas ao lerem a etnografia "Os Nuers de Evans-Pritchard” afirmaram que "Os nuers não tinham Direito!"
Ex. 02 Crime e costume na Sociedade selvagem de Bronislaw Malinowski.
CONCEITO DE DIREITO E DE ANTROPOLOGIA
p. 253-4 - Entre uma simplificação dos fatos que torna as questões morais tão limitadas que podem ser solucionadas através do simples uso de regras específicas (a meu ver, a característica que define o processo jurídico) e a esquematização da ação social de modo que seu significado possa ser expresso em termos culturais (a característica, também a meu ver, que define a análise etnográfica), existe algo mais que uma simples semelhança entre membros de uma mesma família.
DIREITO à Simplificação dos fatos que torna as questões morais tão limitadas que podem ser solucionadas através do simples uso de regras específicas
ANTROPOLOGIA à esquematização da ação social de modo que seu significado possa ser expresso em termos culturais
DILEMAS RELACIONADOS A EXPLOSÃO DOS CASOS E A FALTA DE PALAVRAS PARA SIGNIFICÁ-LOS
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Do rigor na ciência
p.256 - “(...) as mãos jurídicas estão perdendo o controle do mundo das ocorrências e das circunstâncias”
O direito não consegue regular todas as situações sociais?
p. 257 “A simplificação dos fatos, a sua redução às capacidades genéricas dos guardiães da lei, é, por si mesmo, como mencionei anteriormente, um processo inevitável e necessário. O exagero desta simplificação, no entanto, torna os fatos cada vez mais tênues à medida em que crescem a complexidade empírica (ou, uma distinção crítica, cresce a sensação de complexidade empírica) e o temor a esta complexidade.”
Simplificar a realidade faz parte do papel do jurista. Porém ficar preso a simplificação como única forma de enxergar a realidade pode criar diversos problemas.
p.258. “(...) seja lá o que o direito busque, certamente não é a estória real e completa”.
O direito é baseado em abstrações que não tem aplicabilidade em toda a realidade humana. Mas as teorias servem para diminuir o mundo.
PARA ILUSTRAR
Um conto de Jorge Luís Borges
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Do rigor na ciência
Jorge Luis Borges
Naquele Império, a Arte da Cartografia logrou tal perfeição que o mapa de uma única Província ocupava toda uma Cidade, e o mapa do império, toda uma Província. Com o tempo, esses Mapas Desmedidos não satisfizeram e os Colégios de Cartógrafos levantaram um Mapa do Império, que tinha o tamanho do Império e coincidia pontualmente com ele. Menos Adictas ao Estudo da Cartografia, as Gerações Seguintes entenderam que esse dilatado Mapa era Inútil e não sem Impiedade o entregaram às Inclemências do Sol e dos Invernos. Nos desertos do Oeste perduram despedaçadas Ruínas do Mapa, habitadas por Animais e por Mendigos; em todo o País não há outra relíquia das Disciplinas Cartográficas.
Suáres Miranda: Viajes de Varones Prudentes, livro quatro, cap. XLV, Lérida, 1658.
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O PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO E O MUNDO SIMBÓLICO
Processo de representação
p. 259 - Obviamente, não se trata de um truque de mãos, ou pelo menos nem sempre, mas sim de um fenômeno um pouco mais crucial, um fenômeno aliás que é a base de toda a cultura: isto é, o processo de representação. A descrição de um fato de tal forma que possibilite aos advogados defendê-lo, aos juízes ouvi-lo, e aos jurados solucioná-lo, nada mais é que uma representação: como em qualquer comércio, ciência, culto, ou arte, o direito, que tem um pouco de todos eles, apresenta um mundo no qual suas próprias descrições fazem sentido. Discutiremos, mais adiante, os paradoxos que este tipo de descrição pode gerar; o argumento aqui, no entanto, é que a parte "jurídica" do mundo não é simplesmente um conjunto de normas, regulamentos, princípios, e valores limitados, que geram tudo que tenha a ver com o direito, desde decisões do júri, até eventos destilados, e sim parte de uma maneira específica de imaginar a realidade. Trata-se, basicamente, não do que aconteceu, e sim do que acontece aos olhos do direito; e se o direito difere, de um lugar ao outro, de uma época a outra, então o que seus olhos vêem também se modifica.
DIREITO É UM PRODUTO PURAMENTE CULTURAL. VARIA NO TEMPO E NO ESPAÇO E DEPENDE DE TODO UMA COMPLEXA TEIA DE SIGNIFICADOS CULTURAIS.
“CULTURA - Sistema de crenças, valores, costumes e comportamentos compartilhados pelos membros de uma comunidade”
“A ‘cultura’ pode ser conceitualmente diferenciada da ‘sociedade’, mas há conexões muito próximas entre essas noções. Uma sociedade é um sistema de inter-relações que conecta os indivíduos uns com os outros. A Grã-bretanha, a França e os Estados Unidos são sociedade nesse sentido. Incluem milhões de pessoas. Outras, como as primeiras sociedade de caçadores e coletores, podem ser tão pequenas quanto 30 ou 40 pessoas. Todas as sociedade são unidas pelo fato de que seus membros são organizados em relações sociais estruturadas, de acordo com uma cultura única. Nenhuma cultura pode existir sem sociedades. Mas, igualmente, nenhuma sociedade poderia existir sem culturas. Sem cultura, não seríamos sequer ‘humanos’, no sentido em que comumente entendemos esse termo. Não teríamos línguas e que nos expressar, nenhuma noção de auto-consciência e nossa habilidade de pensar ou raciocinar seria severamente limitada” (GIDDENS, Sociologia)
Porém um conceito de cultura também é complexo.
Um conceito de Cultura. “Em cerca de vinte e sete páginas do seu capítulo sobre o conceito, Kluckhohn conseguiu definir a cultura como: (1) ‘o modo de vida global de um povo’; (2) ‘o legado social que o indivíduo adquire do seu grupo’; (3) ‘uma forma de pensar, sentir e acreditar’; (4) ‘uma abstração do comportamento’; (5) ‘uma teoria. elaborada pelo antropólogo, sobre a forma pela qual um grupo de pessoas se comporta realmente’; (6) ‘um celeiro de aprendizagem em comum’; (7) ‘um conjunto de orientações padronizadas para os problemas recorrentes’; (8) ‘comportamento aprendido’; (9) ‘um mecanismo para a regulamentação normativa do comportamento’; (10) ‘um conjunto de técnicas para se ajustar tanto ao ambiente externo como em relação aos outros homens’; (11) ‘um precipitado da história’, e voltando-se, talvez em desespero, para as comparações, como um mapa, como uma peneira e como uma matriz.” Clifford Geertz – A interpretação das culturas, p.14.
GEERTZ utiliza em outro texto denominado “A interpretação das culturas” o termo cultura como “Teia de significados que o próprio homem teceu".
A dimensão do simbólico
Para compreender a idéia de cultura é preciso entender o que se compreende como universo simbólico. Para Ernest Cassirer, o homem vive numa dimensão diferente dos animais. Existe um mundo físico, o qual compartilhamos com todas as coisas vivas (MUNDO FÍSICO).
MAS TAMBÉM EXISTEM COISAS PRÓPRIAS DOS HOMENS. Só com eles compartilháveis. Esse mundo físico ou biológico não é o único mundo em que o homem vive. O homem também vive no mundo dos símbolos. Nesse mundo simbólico cabe somente aos homens buscar entender os “significados” dos símbolos. A própria palavra ‘significado’ remete a um sentido, uma orientação, uma imagem que represente algum objeto, sentimento ou ação.
Enquanto a linguagem dos Animais é simples e remete apenas a objetos físicos.
A linguagem humana remete a: Associação – emoção – imaginação.
Linguagem à Símbolo
Animais não conseguem passar da linguagem emotiva para a proposional – Os animais têm linguagem que demonstra emoção e inteligência prática (animais), já o homem tem razão e inteligência simbólica.
Diferença entre Sinal x Símbolo (sinal é ligado a representações objetivas) (simbólico supera o sensorial)
SIGNIFICADOS?
PISCAR – O que pode significar?
BEIJO NA BOCA ENTRE AMERICANOS E INGLESAS DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL – O que significava?
a. Os homens não pensam pela representação física, mas pelos signos (linguagem).
Por isso o mundo humano é um mundo simbólico. Comparação prática: O computador não é apenas uma máquina com vários componentes de metal. O computador é um aparelho de manipula símbolos em grande velocidade. Somente para um homem ele poderá ter utilidade no mundo.
b) Além da questão do símbolo existe uma frase famosa do filósofo Wittgenstein:
“Os limites de sua linguagem são os limites de seu mundo”.
Se o mundo em que vivemos é o mundo do simbólico, então a limitação dos símbolos e da linguagem é a limitação do nosso mundo. O mundo humano. Uma pessoa como Ellen Keller (Cega, muda e surda de nascimento pode adentrar no mundo humano por meio dos símbolos)
Ellen Keller e sua professora Sullivan
Ellen Keller e sua professora Sullivan |
"Tengo que escribirle algunas líneas esta mañana porque ha ocurrido algo verdaderamente importante. Helen ha dado el segundo gran paso en su educación. Ha aprendido que cada cosa tiene un nombre y que el alfabeto manual es la llave para todo lo que desea conocer... Esta mañana, mientras se estaba lavando, deseó conocer el nombre del "agua." Cuando desea conocer el nombre de algo señala en su dirección y acaricia mi mano. Yo deletreé, "a-g-u-a" y ya no pensé más en el asunto hasta después del desayuno... Más tarde fuimos a la fuente e hice que Helen tuviera la jarra bajo el grifo en tanto que yo daba a la bomba. Mientras salía el agua fría y llenaba la jarra deletreé "a-g-u-a" sobre la mano abierta de Helen. La palabra, que se juntaba a la sensación del agua fría que caía sobre su mano, pareció ponerla en marcha. Retiró la jarra y se quedó como extática. Su cara parecía resplandecer. Deletreó "agua" varias veces. Se inclinó hacia el suelo y preguntó por su nombre y señaló hacia la fuente y, dando rápidamente la vuelta, preguntó por mi nombre. Deletreé "maestra". Al volver a la casa se hallaba muy excitada y aprendió el nombre de todos los objetos que tocaba, de suerte que en pocas horas ha añadido treinta nuevas palabras a su vocabulario. A la mañana siguiente anduvo como un hada radiante. Volaba de objeto en objeto preguntando por el nombre de cada cosa y besándome de pura alegría... Todas las cosas tienen que tener ahora un nombre. Adonde quiera que vayamos pregunta con ansiedad por el nombre de cosas que no ha aprendido en casa. Se halla ansiosa por deletrear con sus amigas y más ansiosa todavía por enseñar las letras a cualquiera que encuentre. Elimina los signos y las pantomimas que utilizaba antes en cuanto dispone de palabras que los suplan y la adquisición de una nueva palabra le produce el mayor gozo. Nos damos cuenta de que su cara se hace cada día más expresiva." (Diário da professora Sullivan extraído de texto de Ernest Cassirer, Antropologia Filosófica)
Ellen Keller aprendeu a utilizar as palavras, não meramente como signos ou sinais mecânicos, senão como um instrumento inteiramente novo de pensamento
Linguagem dos animais – Cientista de Harvard... Linguagem animal é um laser e a linguagem humana uma lâmpada.
Gorila adotado por uma família que aprendeu linguagem dos sinais. Mesmo assim ainda falta a linguagem abstrata. Um belo filme conta uma história assim.
Caso do panda e a reprodução. Falta capacidade de abstração e imaginação aos animais.
SENSIBILIDADE JURÍDICA
– modelo cultural que traz certas noções gerais de como se lida com o direito (não é total, nem mesmo completo, mas explica o processo mental comum).
p. 278 - Referência a não pretensão de homogenizar as culturas, ou seja, nem todo árabe, hindu ou malaio pensa da mesma forma.
p. 280 – Cada palavra tem sentido específico em cada sociedade.
“Para expressar o que foi dito acima de uma maneira ligeiramente diferente, nossas três palavras têm mais semelhança com a noção ocidental de "direito" (right, recht, droit) que com a noção de "lei" (law; Gesetz, loi). Ou seja, o ponto central, comum às três, é menos relacionado com algum tipo de noção de "regulamento", "regras", "injunção" ou "decreto" e mais próximo a um outro conceito, ainda pouco nítido, que representaria uma conexão interna, original e inseparável, entre aquilo que é "próprio", "adequado", "apropriado", ou "condizente" e o que é "real", "verdadeiro","genuíno", ou "autêntico"; entre o "correto" de "um comportamento correto" e o "correto" de "um entendimento correto".”
No nosso sistema (cultura ocidental, tanto Civil Law como Common Law) o mundo da realidade e mundo do julgamento estão separados na hora de pensar o Direito.
Contexto da Prova
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se/então
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EXISTÊNCIA
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diz o que é real e o que é irreal
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Contexto do Julgamento
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como/portanto
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EXPERIÊNCIA
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diz o que é certo e o que é errado
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p. 270 - “(...) de que maneira as representações construcionais do "se/então" são traduzidas em representações diretivas do "como/portanto" e vice-versa. Ou seja, dadas nossas crenças, como devemos agir; ou, dados nossos atos, em que devemos acreditar.”
Como passam de fatos para estruturas mais significativas de significação...
O ARGUMENTO CENTRAL DE GEERTZ PARA ENTENDER AS CULTURAS ORIENTAIS É DE QUE NESTAS OS DOIS CONTEXTOS ESTÃO UNIDOS.
DIREITO EM BALI
História de Regreg
Regreg à traição da esposa que fugiu à ele não recebeu ajuda do grupo de parentesco nem do conselho da tribo à deveria assumir um cargo no conselho da tribo mas não assume à a partir de então acaba numa espécie de exílio à mais tarde aparece o rei e tenta revogar o feito mas recebe um não do conselho!
p. 271 – “O fato de que, em nossa própria sociedade, podemos - isto é, achamos que podemos - tomar como certo, sem maior análise, uma parte tão importante desse contexto, faz com que não sejamos capazes de identificar com clareza grande parte daquilo que um processo jurídico realmente é: uma forma de conseguir que nossas concepções do mundo e nossos veredictos se ratifiquem mutuamente, ou, utilizando uma expressão menos cotidiana, fazer com que essas concepções e esses veredictos sejam respectivamente o lado abstrato e o lado prático da mesma razão constitutiva.”
Você acha que a história de Regreg poderia ser viável na cultura brasileira? Por quê? No Brasil existem formas de segregação social frente a um comportamento inadequado?
MAS AFINAL PARA QUE SERVE CONHECER OUTRAS CULTURAS?
p..272 “No entanto, é um relativismo que não defende o niilismo, nem o ecletismo, nem a noção de que qualquer coisa é válida; nem tampouco se satisfaz simplesmente com demonstrar, ainda uma vez, que além dos Pireneus as verdades são o oposto das nossas. Ao contrário, é um relativismo que funde os processos de autoconhecimento, autopercepção e autoentendimento com os processos de conhecimento, percepção e entendimento do outro; que identifica, ou quase, organizando o que somos e entre quem estamos.”
AUTO CONHECIMENTO – AUTOPERCEPÇÃO – AUTOENTENDIMENTO
DIREITOS HUMANOS E DIVERSIDADE NA VISÃO SOBRE O MUNDO
Será que todos os homens detém os mesmos valores para aceitarem os mesmos desígnios de Direitos Humanos?
Leia o poema I JUCA PIRAMA de Gonçalves Dias e pense sobre a questão.
Leia o poema I JUCA PIRAMA de Gonçalves Dias e pense sobre a questão.
Devemos questionar se os direitos humanos podem abrangem todos os valores humanos.
Essa forma de pensamento diminui o xenofobismo e o etnocentrismo.
Comparar modelos pode ajudar a pensar o mundo e suas multiplicidades.
DIREITO NO MUNDO ÁRABE - MARROCOS
Explique o que significa haqq para o mundo árabe e como isso influencia a forma de entender o Direito.
Haqq - Verdade, Realidade e outras coisas.
(Verdade 274 e 277-8 – 282)
Haqq - Verdade, Realidade e outras coisas.
(Verdade 274 e 277-8 – 282)
Qual a ligação do direito e da religião no mundo árabe-islâmico? Essa ligação já esteve presente na cultura ocidental? (282)
Pesquise o que é um Fatwa na cultura árabe? Como tal perspectiva demonstra a diferença entre nossa visão de Direito e a visão islâmica.
Testemunhas – numero fixo de testemunhas confiáveis.Além disso existem as testemunhas das testemunhas.
Perjúrio – punível apeans com a perdição eterna... p.289
O uso do testemunho no mundo árabe tem significado diversificado do mundo ocidental? Existe o falso testemunho no mundo árabe? Por quê? Como você explicaria a diferença existente?
(284)
DIREITO NO MUNDO HINDU - INDIA
Explique o que significa dharma para o mundo índico e como isso influencia a forma de entender o Direito. (Dever 274 e 277-8) (296)
Explique o que significa dharma para o mundo índico e como isso influencia a forma de entender o Direito. (Dever 274 e 277-8) (296)
O que é um intocável (harijans ou dalits) na cultura hindu?
Comente sobre a estória das duas mulheres ou sobre a estória do homem forte e do deus.
Duas mulheres e o homem forte (310 e 311)
DIREITO NO MUNDO MALAIO - ADAT
Explique o que significa adat para o mundo malaio e como isso influencia a forma de entender o Direito.
(Prática 274 e 277-8 e 317)
O direito costumeiro é a base do chamado Common Law, direito anglo-saxônico (países como Inglaterra e EUA). Por que, na sua opinião, existem inúmeros pesquisadores que entendem o termo como adat como “costume”? Estariam os pesquisadores enxergando outras culturas a partir de suas próprias culturas? Opine.
Etnocentrismo... até na forma de pesquisar
Desde o ponto de vista do nativo – Diário de Malinosky (fedidos, nojentos, ridículos, etc.)
Geertz comenta que o risco de sofrer influências estrangeiras e, conseqüentemente, de desaparecer da forma do direito como adat é eminente. Você acredita que existe um processo de imposição cultural dos países ocidentais aos países orientais? Na sua opinião, quais os mecanismos utilizados para tanto?
TABELA ESQUEMA SOBRE AS SENSIBILIDADES JURÍDICAS APRESENTADAS POR GEERTZ NO TEXTO
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MUNDO OCIDENTAL
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Direito
| Certo - Correto | |
ARABE
MARROCOS
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Haqq
| Verdade – Realidade | |
HINDU
INDIA
|
Dharma
| Feição - Obrigação | |
MALAIO
BALI
|
Adat
| Decoro – Etiqueta |
DEBATES FINAIS SOBRE O TEXTO
A IMPORTÂNCIA DA DIVERSIDADE
“(...) o estudo comparativo do direito não pode ser uma questão de transformar diferenças concretas em semelhanças abstratas”. p.325
O tradicional direito comparado simplifica a diversidade cultural existente?
O tradicional direito comparado simplifica a diversidade cultural existente?
A IMPOSSIBILIDADE DA TEORIA GERAL DO DIREITO
“(...) dedicar-se a construir uma teoria geral do direito é uma aventura tão inverossímil como a de dedicar-se à construção de uma máquina de movimento perpétuo”. p.327.
É impossível construir uma teoria geral dos direitos humanos?
“(...) dedicar-se a construir uma teoria geral do direito é uma aventura tão inverossímil como a de dedicar-se à construção de uma máquina de movimento perpétuo”. p.327.
É impossível construir uma teoria geral dos direitos humanos?
IMPORTÂNCIA DE NÃO ESCONDER AS DIFERENÇAS
“Uma forma garantida de chegar a um fim trágico seria imaginar que a diversidade não existe, ou esperar, simplesmente, que ela desaparecesse”. p.331.
Enquanto juristas devemos pensar os direitos de maneira desigual para diferentes culturas existentes no mesmo Estado?
“Uma forma garantida de chegar a um fim trágico seria imaginar que a diversidade não existe, ou esperar, simplesmente, que ela desaparecesse”. p.331.
Enquanto juristas devemos pensar os direitos de maneira desigual para diferentes culturas existentes no mesmo Estado?
IMPORTÂNCIA DE UM OLHAR QUE EXALTE O PLURALISMO DE VALORES
“Necessitamos, no final, algo mais que saber local. Precisamos descobrir uma maneira de fazer com que as várias manifestações desse saber se transformem em comentários uma das outras, uma iluminando o que a outra obscurece”. p.353.
A Antropologia serve para aumentar nosso olhar sobre o mundo e diminuir nosso enfoque etnocêntrico?
“Necessitamos, no final, algo mais que saber local. Precisamos descobrir uma maneira de fazer com que as várias manifestações desse saber se transformem em comentários uma das outras, uma iluminando o que a outra obscurece”. p.353.
A Antropologia serve para aumentar nosso olhar sobre o mundo e diminuir nosso enfoque etnocêntrico?
A VARIEDADE DO MUNDO HUMANO
“Se é que existe alguma mensagem naquilo que disse aqui, é o que o mundo é um lugar variado, variado entre advogados e antropólogos, variado entre muçulmanos e hindus, variado entre grandes e pequenas culturas, variado entre os ‘então coloniais’ e os ‘aqui e agora’ nacionalistas; e muito pode ser ganho, cientificamente ou não, se confrontarmos essa grande verdade ao invés de desejar que ela simplesmente desapareça em um nevoeiro de generalizações fáceis e falsos confrontos”. p.355.
“Se é que existe alguma mensagem naquilo que disse aqui, é o que o mundo é um lugar variado, variado entre advogados e antropólogos, variado entre muçulmanos e hindus, variado entre grandes e pequenas culturas, variado entre os ‘então coloniais’ e os ‘aqui e agora’ nacionalistas; e muito pode ser ganho, cientificamente ou não, se confrontarmos essa grande verdade ao invés de desejar que ela simplesmente desapareça em um nevoeiro de generalizações fáceis e falsos confrontos”. p.355.
O que achou do livro como um todo?
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